sábado, 4 de setembro de 2010

Cá estou eu, mais uma vez atrasada.

Sábado, quase madrugada. Como a desculpa mais gostosa para a minha consciência culpada, vou me lembrar que é nela, alta noite, que moram os amantes. Façamo-nos, pois, destes. O blog, ah, o blog, a alcova! (Tô perdoada? *risos)

Pois bem. Hoje eu estava lendo uma matéria sobre os textos colaborativos que estão surgindo graças ao ciberespaço (Jornal O Globo, Caderno Prosa & Verso, dia 04 de setembro), e me deu um nó na garganta.

Olha, eu sou bem da moderninha. Juro. Apesar de estar, no momento, monogâmica, não acredito que seja receita de felicidade para ninguém. Creio piamente que somos bissexuais, todos nós (que Freud esteja conosco - ele está no meio de nós!). Símbolos sagrados, para mim, são puras expressões culturais (e, como tais, merecem todo o meu respeito, mas não a minha devoção). No meu mundo, sexo é uma coisa, amor é outra, diferente e quase inalcançável. Drogas? Livres, por favor: "faça o que tu queres há de ser toda lei". Liberdade só tem um limite: o direito do outro de também ser livre, em cada possibilidade que a vida deu pra ele. Mas com meu texto? Ah, não! No meu texto não, violão!

Produção de literatura é íntimo demais, não dá para dividir. Ok, ok, vc pode produzir junto - as trocas de correspondências, por exemplo - mas vamos chamar isso de outra coisa. Aquilo que meu inconsciente projeta, que minha cabeça simboliza, que minha língua traduz, que meus dedos escrevem...ah, mano, aquilo é meu, só meu, egoistamente meu. Meu, meu, meu. Não venham esses tais dizer agora que isso tudo vai virar uma grande suruba das letras! Nãnãninãnão. Isso aqui é uma casa de família, oras pois. Humf.

...

Meu Deus! Virei uma reacionária!

...

:-/

Beijos e até sábado. Vou cortar a estrada para rever os meus na minha Sampa querida.

3 comentários:

  1. Acabei de conhecer seu blog e já te sigo, gostei muito daqui. Vai conhecer o meu: www.odeliriodabruxa.blogspot.com
    Beijo
    Denise

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  2. Giovana, vez publicado, compartilhado. Vez lido, interpretado. Vez traduzido... bom, alguém já disse que "todo tradutor é um traidor". Então, escrever é ato íntimo, sim. Vez lido, se lido... é ato incontido, interpretado, traduzido, repaginado. O que li, como li e quando li, adorei o seu post. Um abraço!

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  3. Meu, meu, meu.... nosso texto, nosso filho... Quando escrevemos e publicamos, colocamos o filho no mundo já criado para voar. Acho que é assim, antes, na educação ninguém pode interferir, ali é nossa criação, nossa continuação, fazemos o melhor e amamos... até libertar!

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