Quarta feira. Minha vez de saraucultiar. Então vamos lá! Andei lendo aqui os textos e visitando blogs que enriquecem e fazem valer a pena o tempo e a navegação. Navegar é preciso, viver não é preciso, como já nos disse o poeta. E na imprecisão do viver, vejo alguns blogs e artigos e livros que, como já disse na minha primeira postagem, me fazem pensar em almas cheias de lacunas (todas as têm, claro), mas das enormes, vazios que mostram, às vezes, a "simples", que é na verdade complexa, necessidade humana de falar. Vejo letrados atirando pedras nestes blogs de gostos discutíveis onde só há desabafo e nenhuma tentativa de ir além do umbigo. Será que eu saí do meu? E é profundo! A necessidade humana de ser reconhecido, ouvido, aceito, compreendido tem feito dos blogs um meio de desabafo. Há quem o faça buscando um meio artístico, mas há quem o faça com os recursos que tem, sem a arte, apenas pintando o sete, o oito, o nove.
Blogs são divãs (o meu é d'Ivan, ok?) onde o analista não é um só, são muitos, alguns conhecidos, outros desconhecidos, alguns preparados para lidar com o exposto, outros não. É uma exposição buscada, sem dúvida, mas é preciso preparo para quem escreve e para quem lê. Não é tudo que nos agrada, mas também não é tudo o que escrevemos que agrada aos demais. Penso bastante nisto! De certa forma dou continuidade ao tema da minha outra postagem, onde falei da ida à livraria. Toda arte é via de mão dupla. Se não for, não é útil. E nem sempre é, ou nem sempre pra todo mundo. O que é bom ou ruim? Tenho meus conceitos e convicções e os sigo metodicamente, mas sem menosprezar (ou sem tentar menosprezar) os gostos duvidosos (às vezes muitíssimos duvidosos) dos "artistas"... Permitam-me as aspas, não consigo fugir da acidez da ironia.
Meio de semana, três canecas de chope alemão depois, algumas salsichas de vitela com ervas, coisa deliciosa. Arte da culinária, arte da degustação. Mas e pra quem não come carne ou não toma cerveja, haverá alguma "arte" nisto? Haverá algum prazer?
Prazeres ou a ausência deles são de foro íntimo. A busca por ele é constante e frenética. Porque um suposto deus nos teria criado com desejos se tivéssemos que refreá-los? Há uma grande contradição entre os pregadores religiosos (hipócritas?) e a real natureza humana. O prazer e o pecado são invenção de controle, úteis às igrejas, aos meios de comunicação e à conciliação de ambos. Pecado! O que seria isto? O peso de consciência de cada um tem sua medida. Livros sagrados, padres, pastores, rabinos, gurus tentam definir o que é certo e errado. Só consigo enxergar uma coisa plausível: onde termina meu limite e onde começa o do vizinho e o quanto posso ou não fazer uma intersecção com este limite. Há de haver concessão. Daí bom e ruim, bem e mal, virtude e pecado caem todos, conceitos fracos que são, pelo solo argiloso e ardiloso da teoria da relatividade.
E = m . c²
Sim, estou divagando e deixando fluir a livre associação tão cultuada na psicanálise. Nossa mente não nos leva de um lugar a outro por mero acaso. O acaso existe onde achamos haver destino e o destino inexiste (e é puro acaso) onde achamos haver determinismo. Este mundo é mesmo contraditório. Talvez esteja aí um pouco do seu tempero. Que seria de deus sem o demônio? De que nos teria que salvar? Não precisaríamos de um deus. A luz não faz sentido sem as trevas. O que haveria de a luz iluminar se não houvesse trevas? Maniqueísmos que predominam no inconsciente individual e/ou coletivo.
E meu blog, é bom ou ruim? Há todo um degradê. A questão, penso, pelo menos é o que penso neste momento... A questão está em saber em que região deste degradê, em que ponto entre os extremos maniqueístas está a fórmula mais adequada a cada tempo. O que foi bom antes pode já não ser mais. O que foi ruim antes agora pode ser "Cult". Mentes complicadas que mentem até para nós mesmos.
Esta postagem é apenas uma viagem, pegando carona na viagem postada pela Vanessa, sobre o que nos faz viajar e o que nos faz ver qualidades ou defeitos para nos fazer viajar, flutuar, criar, viver, ousar. Lanço interrogações e nem quero ousar respondê-las... Ficam aí a flutuar. É bom que venham respostas, tentativas de respostas, concordantes ou discordantes, e mais interrogações, até, pois é o que nos faz pensar, avançar, ser, viver até morrer. Morrer? Que é morrer? Fica para uma nova viagem em uma outra quarta feira. Enquanto isto, na medida do que der, vou lendo, vou escrevendo, vou ouvindo novas e velhas músicas, vou amando e odiando, vou tentando ser mais, ainda que às vezes sinta ser menos. Vou me permitindo ser coerência e contradição e tudo o que houver entre isto. Até outra quarta.
Blogs são divãs (o meu é d'Ivan, ok?) onde o analista não é um só, são muitos, alguns conhecidos, outros desconhecidos, alguns preparados para lidar com o exposto, outros não. É uma exposição buscada, sem dúvida, mas é preciso preparo para quem escreve e para quem lê. Não é tudo que nos agrada, mas também não é tudo o que escrevemos que agrada aos demais. Penso bastante nisto! De certa forma dou continuidade ao tema da minha outra postagem, onde falei da ida à livraria. Toda arte é via de mão dupla. Se não for, não é útil. E nem sempre é, ou nem sempre pra todo mundo. O que é bom ou ruim? Tenho meus conceitos e convicções e os sigo metodicamente, mas sem menosprezar (ou sem tentar menosprezar) os gostos duvidosos (às vezes muitíssimos duvidosos) dos "artistas"... Permitam-me as aspas, não consigo fugir da acidez da ironia.
Meio de semana, três canecas de chope alemão depois, algumas salsichas de vitela com ervas, coisa deliciosa. Arte da culinária, arte da degustação. Mas e pra quem não come carne ou não toma cerveja, haverá alguma "arte" nisto? Haverá algum prazer?
Prazeres ou a ausência deles são de foro íntimo. A busca por ele é constante e frenética. Porque um suposto deus nos teria criado com desejos se tivéssemos que refreá-los? Há uma grande contradição entre os pregadores religiosos (hipócritas?) e a real natureza humana. O prazer e o pecado são invenção de controle, úteis às igrejas, aos meios de comunicação e à conciliação de ambos. Pecado! O que seria isto? O peso de consciência de cada um tem sua medida. Livros sagrados, padres, pastores, rabinos, gurus tentam definir o que é certo e errado. Só consigo enxergar uma coisa plausível: onde termina meu limite e onde começa o do vizinho e o quanto posso ou não fazer uma intersecção com este limite. Há de haver concessão. Daí bom e ruim, bem e mal, virtude e pecado caem todos, conceitos fracos que são, pelo solo argiloso e ardiloso da teoria da relatividade.
E = m . c²
Sim, estou divagando e deixando fluir a livre associação tão cultuada na psicanálise. Nossa mente não nos leva de um lugar a outro por mero acaso. O acaso existe onde achamos haver destino e o destino inexiste (e é puro acaso) onde achamos haver determinismo. Este mundo é mesmo contraditório. Talvez esteja aí um pouco do seu tempero. Que seria de deus sem o demônio? De que nos teria que salvar? Não precisaríamos de um deus. A luz não faz sentido sem as trevas. O que haveria de a luz iluminar se não houvesse trevas? Maniqueísmos que predominam no inconsciente individual e/ou coletivo.
E meu blog, é bom ou ruim? Há todo um degradê. A questão, penso, pelo menos é o que penso neste momento... A questão está em saber em que região deste degradê, em que ponto entre os extremos maniqueístas está a fórmula mais adequada a cada tempo. O que foi bom antes pode já não ser mais. O que foi ruim antes agora pode ser "Cult". Mentes complicadas que mentem até para nós mesmos.
Esta postagem é apenas uma viagem, pegando carona na viagem postada pela Vanessa, sobre o que nos faz viajar e o que nos faz ver qualidades ou defeitos para nos fazer viajar, flutuar, criar, viver, ousar. Lanço interrogações e nem quero ousar respondê-las... Ficam aí a flutuar. É bom que venham respostas, tentativas de respostas, concordantes ou discordantes, e mais interrogações, até, pois é o que nos faz pensar, avançar, ser, viver até morrer. Morrer? Que é morrer? Fica para uma nova viagem em uma outra quarta feira. Enquanto isto, na medida do que der, vou lendo, vou escrevendo, vou ouvindo novas e velhas músicas, vou amando e odiando, vou tentando ser mais, ainda que às vezes sinta ser menos. Vou me permitindo ser coerência e contradição e tudo o que houver entre isto. Até outra quarta.
Pintura:
Jangada de Mèduse - Théodore Géricault
Caro Ivan, paz... Gostei, excelente post.
ResponderExcluirAtt.,
http://wwwteologiavivaeeficaz.blogspot.com/
Profº Netto, F.A.
Primeiro, sinto uma inveja danada de vc, pois eu ja nao posso mais navegar como eu queria, porem minha canoinha est’a passando por mares fora da net, isso tambem nao ‘e ruim. Sobre blog eu nao sei, mas sobre poesia, para que devemos sair do umbigo, sendo que sensacoes humanas sao iguais para todos... escrevemos de nos e assim escrevemos sobre todos e para todos. Tanto ‘e que eu ja te disse, vejo os meus poemas nos seus e os seus nos meus, algo muito parecido. Cada um com seu estilo e motivacao, mas a minha, na hora de escrever no blog pessoal, com certeza ‘e sobre os acontecimentos da vida: umbigo.
ResponderExcluirAdorei o D`Ivan! Use-o!
Grande beijo! Obrigada sempre!