sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Entrevista com a escritora Laura Elias III: Pseudônimos e E-book

“A estrada do escritor é a arte de equilibrar inspiração e comércio. São duas coisas tão antagônicas, às vezes, que parecem inconciliáveis, mas não são. Aí reside a grande arte, criar no mundo da alma, e viver no mundo dos pés”, esclarece Laura Elias. Enquanto ela fala, parece que um mundo novo se abre, com motivações e conhecimentos. Ao ler seus trabalhos nos endereços virtuais que ela disponibilizou no último post, pensei em mais duas questões:


O porquê dos pseudônimos


Laura, você usou alguns pseudônimos em livros que escreveu, você gostou ou preferia ter começado desde o início com o seu próprio nome?
Na verdade, quando topei fazer os livros, não sabia direito em que cumbuca estava enfiando a minha mão. A editora me explicou algumas coisas sobre o público alvo e juntos decidimos que talvez fosse melhor usar um pseudônimo. Na época a editora comercializava estes livros como sendo estrangeiros, então a autora tinha que tem um nome estrangeiro também. A verdade é que tanto eu quanto a editora não fazíamos a mínima ideia do público leitor de romances de banca. Estávamos carregados de preconceitos e estereótipos. E isso, afinal, acabou se tornando em algo bom, porque como eu imaginava que as pessoas que liam estes livros tinham pouco acesso a cultura e informação, eu caprichei nas pesquisas e procurei ser o mais fidedigna possível em minhas descrições. Só depois descobri que meu público é formado por advogadas, psicólogas, jornalistas, estudantes, etc. Não me arrependo dos pseudônimos, mas creio que eles poderiam ter acabado mais cedo.


Qual a vantagem de usar pseudônimo? Sabe, tenho vontade de usar Poeta Vane Kolyn em meu primeiro livro, mas por outro lado acho que devo pensar no marketing, meu nome!
Pseudônimo é legal quando você quer publicar alguma coisa totalmente diferente e já tem um público cativo em algum gênero específico. Por exemplo, você é poeta e publica seus poemas como Vane. Aí resolve escrever uma novela de mistério e suspense, nada a ver com suas poesias. Aí você assina com um pseudônimo, porque não compromete seu público. Tá cheio de autor famosos fazendo isso, sabia? A minha fase dos pseudônimos ficou no passado, mas é um recurso válido.


E-book o que?



Qual o melhor caminho, ou site, que você indica para lançar um e-book? Conhece o www.clubedeautores.com.br? Eu já pensei em publicar por ele, porém o livro ficaria muito caro para a pessoa comprar, até inviável...
O jeito pra estas publicações é você baixar a sua margem de ganho, para baixar o preço do livro. Eu recomendo entrar em contato com a GIZ Editorial, acho que eles prestam este tipo de serviço e é bem mais barato que outras editoras. Tenta lá. Tenho uma conhecida que lançou três antologias de contos de terror pelo Clube dos Autores, ela gostou do resultado final, mas também reclamou do preço e acabou colocando a margem dela em torno de R$2. O negócio é que a partir do livro publicado, você tem como fazer uma divulgação diferenciada e tudo mais. É investimento mesmo!


Caso eu publique como e-book, depois não conseguirei editora para publicá-los?
Uma coisa não invalida a outra. Eu tinha vários e-books a venda, e a editora decidiu que publicaria os textos e eu tirei os e-books do ar. Uma coisa não invalida a outra não, e e-book tem a facilidade de você poder mandar por e-mail para o pessoal que divulga literatura poética e tudo mais, sem custo algum. Tudo depende da estratégia que vc quiser seguir.

Um comentário:

  1. Olá, Vanessa e Laura.

    Eu pouco ou nada (acho que nada) entendo sobre publicações, embora esteja sempre atento a questões que também interferem na imagem que o livro passa: capa, qualidade de "encadernação", título, nome do autor (adiante falo mais), textos das orelhas e da contracapa etc. Isto já considerando-se ter conseguido uma editora. Às vezes a contracapa é tão interessante, já puxada pela capa e pelo título, que compra-se o livro pela curiosidade em si. Nada disso, no entanto, exime o livro de ter qualidade geral. São anexos importantes.

    Quanto aos nomes, eu particularmente se fosse publicar algo, gostaria de divulgar meu nome. Fernando Pessoa tinha vários heterônimos com estilos e temas diferentes para cada heterônimo. É interessante, mas tudo dele, hoje, só tem peso por se tratar de Fernando Pessoa.

    No seu caso, Vanessa, acho que você tem nome e sobrenome de impacto, bonitos, ambos. Meu "voto" é por você usar seu nome, mesmo. Ainda que não o use completo, sem o sobrenome do meio, mas de qualquer forma seu nome. Só uma opinião.

    Quanto aos e-books, ainda não aprendi a gostar deste formato. Para mim nada é melhor que pegar um livro de papel, levar pra cama ou pra varanda, sublinhar, fazer anotações etc. Amo livrarias e manusear livros, CDs, DVDs etc. Adorava a época dos LPs (que estão voltando e estou adorando), pois a arte das capas e encartes enriqueciam muito a música ouvida. Eu gosto do toque, da formatação física. No caso do livro, em papel.

    Bem, seguidor nº 01 se despedindo.
    Beijo grande,

    Ivan Bueno
    blog: Empirismo Vernacular
    www.eng-ivanbueno.blogspot.com

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